Não entendo nada... O que haveria eu de entender, não entendo nada... Aliás, nem sei por que estou aqui, usando por um breve espaço de tempo este chão... O que entende os médicos, eles não entendem nada, será que sabem retornar os que já morreram, eles não sabem... Às vezes quando me levanto da cama simplesmente já é um motivo de alegria de estar vivo... Estudo para nada, simplesmente para colocar coisas dentro de uma caixa... Para sair, ou ir ao centro da cidade e comer cachorro quente... De que me vale os diplomas e os méritos são alimentos das traças e estão aos montes empilhados na estante... Na caverna que eu vivia, muitos ainda estão lá e poucos ganharam a liberdade... Isso sei que sou, Não sou gente, somente uma caricatura... Ou um projeto de uma criatura... Tenho uma cabeça grande... E um coração imenso... Sou do sol e agreste farinha, rapadura, feijão e pilão... Um pó na terra, que é levado ao vento.
Carlos Donizeti (DA)
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