Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

Barbacena: o local onde morreram mais de 60 mil brasileiros

1. O Hospital Colônia de Barbacena foi criado em 1903, em Minas Gerais, e possuía 200 leitos.

2. Porém, na década de 60, chegou a ter 5 mil pacientes internados no mesmo espaço.

3. A ideia por trás do hospital era bem parecida com o conceito que Hitler utilizou durante a Segunda Guerra Mundial: a eugenia. O termo, criado em 1883 por Francis Galton, antropólogo e primo de Charles Darwin, significava o “controle dos meios para criar uma sociedade de bem-nascidos”.

4. O hospital fazia parte de um conjunto de sete instituições psiquiátricas criadas na região, que ganhou o apelido de “Cidade dos Loucos”.  

5. Em uma área de aproximadamente 8 mil metros quadrados, foi construída a instituição e o “Cemitério da Paz”.   

6. Várias linhas ferroviárias ligavam as cidades a Barbacena. Os pacientes chegavam em grandes vagões de carga, chamados de “trem de doido”.

7. Ao entrarem na instituição, eles tinham os cabelos raspados e perdiam seus nomes de registro.

8. Apenas 30% das pessoas levadas ao instituto psiquiátrico tinham diagnóstico de doença mental.

9. Os outros 70% eram compostos por “pessoas não agradáveis” ao convívio social da época: crianças indesejadas, mulheres com senso de liderança, homens tímidos, prostitutas, homossexuais, mendigos, alcóolatras, mulheres que perderam a virgindade antes do casamento, vítimas de estupro, opositores políticos e até pessoas que estavam andando sem documentos nas ruas.  

10. Os pacientes eram forçados a trabalhar e, pela falta de leitos, tinham que dormir sobre folhas e palha, em meio a insetos e ratos.

11. A rotina era de estupros, torturas físicas e psicológicas, terapia de choque e duchas escocesas, que consistiam em jatos de água de forte pressão disparados por uma máquina.

12. As sessões de eletrochoque eram tantas que, muitas vezes, a energia elétrica da cidade não aguentava.

13. A maioria dos internos andava completamente sem roupas e,  durante a noite, devido às baixas temperaturas, dormiam uns sobre os outros. Essa situação, muitas vezes, ocasionava a morte dos que estavam por baixo. Durante a manhã, tiravam-se os cadáveres.

14. Não havia água encanada ou alimentos para todos. Os internos defecavam em público e, por vezes, comiam as próprias fezes.

15. Os pacientes também usavam o esgoto a céu aberto para beber ou banhar-se.

16. Com medo dos internos e dos funcionários, muitas grávidas se cobriam com fezes para evitar que eles chegassem perto.

17. As crianças que nasceram e cresceram ali  nunca aprenderam a falar, ler ou escrever,  e dependiam de outras pessoas para realizar atividades básicas. 

18. Com o cemitério lotado, alguns funcionários corruptos passaram a realizar tráfico de corpos. As universidades, por exemplo, costumavam encomendar os restos mortais para os seus laboratórios anatômicos.  

19. A média de mortes era de 16 pacientes por dia. No total, 60 mil pessoas perderam a vida nas instalações do Hospital Colônia de Barbacena. 

Lançado em 2013, o livro "Holocausto brasileiro" retrata a história do Hospital Colônia de Barbacena.
FONTE(S) 
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